ATENÇÃO A
SAÚDE AUDITIVA NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Para
um perfeito desenvolvimento o homem necessita de seus sentidos, e cada um com
suas respectivas funções que fazem estabelecer contato com o mundo exterior
garantindo assim aquisições das experiências que são essenciais para o processo
de evolução. A integridade dos sentidos, principalmente audição, é necessária
para um bom desenvolvimento normal da linguagem.
Os primeiros anos de vida
são considerados como período primordial para o processo de desenvolvimento das
habilidades auditivas e de linguagem, com isto, a importância da investigação
da audição em bebês, com e sem indicadores etiológicos para surdez, se torna
fundamental, pois poderá minimizar os prejuízos acarretados pela privação deste
sentido.
A prevalência de deficiência auditiva é vinte vezes maior
que outras doenças como hipotireoidismo e anemia falciforme. Alguns estudiosos
relatam que crianças com perda auditiva congênita, profunda, bilateral e
sensorioneural igual ou superior a 80dBNA é de 1:1000 nascidos vivos e a de
crianças com indicadores de risco com perda auditiva moderada, severa ou
profunda cresce para 6:1000.
No
último censo do IBGE, de 2000, detectou-se que quase seis milhões o número de
deficientes auditivos no Brasil, sendo
A Academia Americana de Pediatria
revela que deficiência auditiva permanente atinge de um a três em 1000 bebês
sem acompanhamento neonatal e de dois a quatro em 1000 bebês com acompanhamento
ou que estiveram em UTIs-neonatal.
Focar e
reforçar a atenção para a importância da avaliação audiológica em bebês,
recém-nato até dois anos, é o nosso papel, pois estudos da neurociência
demonstram a plasticidade do Sistema Nervoso Central e a maturação da vias
auditivas quando estimulados com experienciação auditiva ativa reforça as vias
neurais específicas. Aliado ao período importante para a aquisição da linguagem
e desenvolvimento global da criança.
A
identificação precoce de deficiências auditivas deve ser cuidadosa e elaborada,
utilizando-se de procedimentos adequados, pois a falta de um diagnóstico
preciso e a privação de estímulos nesta época, podem gerar interferências no
desenvolvimento da criança e consequentemente de sua família, ocasionando
alterações sociais, psicológicas, cognitivas e emocionais.
Atualmente,
possuímos inúmeros testes simples, fáceis e rápidos que podem ser realizados na
busca de um diagnóstico precoce e fidedigno. Para confirmar o tal diagnóstico, deve
ser sugerida pelo médico e realizada além
do exame clínico, uma bateria de testes objetivos, como a imitânciometria
acústica, as emissões otoacústicas por estímulo transiente (EOAT) e produto de
distorção (EOAPD) e o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE),
além da observação do comportamento auditivo que, em crianças menores de 6
meses, pode não corresponder exatamente a sua acuidade auditiva.
As perdas
auditivas além de serem distúrbios quantitativos podem também trazer prejuízos
qualitativos da audição, assim caracterizando uma desordem do processamento
auditivo central.
A atenção a
saúde auditiva na primeira infância tem como finalidade a alerta aos pais e
fomenta a intervenção precoce, sendo assim, detectando, atuando e prevenindo
problemas de linguagem e aprendizados futuros.
Acreditamos
que a avaliação audiológica em bebês não é a solução para
problemas acarretados pela deficiência auditiva, mas diante de sua importância
não há porque não valorizá-la.
Sendo assim, a avaliação infantil assume papel relevante no
desenvolvimento fornecendo suporte para suprimir os danos causados pela surdez.
Concluimos que avaliar é prevenir e
prevenir é permitir o desenvolvimento integral do SER.