Otosul
 
 

 

O que é a página de

artigos?

Nesta seção do portal da Otosul, você encontrará artigos escritos pelo corpo clínico do consultório. Eles estão divididos em duas categorias: para médicos e para leigos. Periodicamente atualizaremos esta página com novos artigos.

 

 

Links úteis:

Clique aqui e veja uma lista de links úteis.

 
 

ARTIGOS PARA LEIGOS

Entendendo a surdez

 

         Novembro é o mês do Dia Nacional da Surdez. O termo médico mais empregado para definir os distúrbios da audição é disacusia, que significa “dificuldades na audição”. Este termo é o mais correto, pois, muitas vezes, o paciente apresenta dificuldades na compreensão dos sons e incômodo com sons altos, além da surdez propriamente dita.

         A orelha humana é dividida em 3 partes:

  • ORELHA EXTERNA, que compreende o pavilhão auricular e o conduto auditivo externo. Capta os sons do meio ambiente e os transmite até a membrana timpânica.

  • ORELHA MÉDIA, que compreende a membrana timpânica e os ossículos da orelha média (martelo,bigorna e estribo), estes últimos contidos dentro da caixa timpânica. A função da orelha média é converter a energia sonora em energia mecânica, até a orelha interna. Para o funcionamento adequado deste sistema, é necessário o equilíbrio com a pressão atmosférica, o que é feito através da tuba auditiva, canal que comunica a orelha média com a parte posterior do nariz.

  • ORELHA INTERNA, que compreende a cóclea e o labirinto, este último relacionado aos mecanismos de manutenção do equilíbrio corporal. O movimento do estribo sobre uma pequena membrana na orelha interna gera movimentos correspondentes nos líquidos da orleha interna, que gerarão descargas elétricas, transmitidas pelo nervo auditivo até o córtex auditivo. Este fará então o processamento da informação sonora, permitindo-nos compreender o significado dos sons.

 

orelhas

           orelha externa                                    orelha média               orelha interna

Figura 1- Anatomia da orelha

 

         Várias doenças podem afetar audição a vários níveis, como o cerúmen (orelha externa), otites e otosclerose (orelha média), hipertensão, diabetes, doenças da tireóide, exposição a ruído (orelha interna). Cabe lembrar que a otosclerose é uma doença relativamente rara e congênita, que provoca a anquilose do estribo, não sendo,portanto, “arterisoclerose de ouvido”. Somente o médico otorrinolaringologista é capaz de diagnosticar e tratar estas doenças,muitas vezes com o valioso auxílio de métodos complementares, como os exames audiométricos, oto-emissões acústicas e BERA.

         O tratamento vai depender da doença de base, podendo envolver lavagens de ouvido ( em caso de cerúmen), tratamentos cirúrgicos ( para as otites crônicas e otosclerose) e protetização auditiva ( no caso de alterações na orelha interna e vias auditivas). No caso do idoso, a protetização auditiva é a modalidade de tratamento mais freqüentemente utilizada. Existem 3 fases na protetização auditiva: a indicação, a seleção e a adaptação da prótese.

         A indicação da prótese auditiva deve ser feita exclusivamente pelo otorrinolaringologista. A seleção do tipo de prótese mais adequado para cada paciente pode ser feita por fonoaudiólogas especializadas em protetização, sendo uma parte extremamente imoprtante, uma vez que uma prótese mal selecionada levará a incômodo para o paciente. A adaptação também pode ser feita por fonoaudiólogas especializadas, sendo um processo também muito importante em que o paciente aprende a obter os máximos benefícios com a prótese. Em todos esses níveis, a coordenação e escolha da equipe de fonoaudiólogas é da competência do otorrinolaringologista.

 

Dr. Ricardo Figueiredo, otorrinolaringologista