ARTIGOS PARA LEIGOS
A
Fisioterapia no Tratamento da Paralisia Facial Periférica
A expressão facial é o nosso
principal meio de comunicação não verbal. É como nos apresentamos ao mundo
e como os outros distinguem nossas emoções. Uma pessoa com paralisia da face
desprovida de certas emoções e, à medida que começa a restabelecer sua
mobilidade fisionômica, essas emoções começam a ressurgir. Sendo assim, uma
das doenças otorrinolaringológicas de maior impacto na população.
Quando o paciente, de uma hora pra
outra e sem causa aparente, nota no espelho que sua boca desviou para o lado,
um dos olhos não fecha e também não consegue enrugar a testa, já pensa que
algo de muito grave lhe aconteceu e que sua vida pode estar correndo perigo,
principalmente por saber que um derrame cerebral pode provocar um desvio da
boca.
Mais é muito importante diferenciar
uma paralisia da face quando a mesma é provocada por um derrame cerebral (AVC)
de uma paralisia facial periférica. A paralisia provocada por um AVC é
também chamada de paralisia facial central, onde os sinais clinicos são o
desvio da boca, junto temos perda de força do braço e perna opostos ao lado
do desvio da boca. Já a paralisia facial periférica é uma doença do nervo
responsável pela inervação dos músculos da face, que vão dar a expressão
(mímica) da mesma, chamado de nervo facial ou VII par de nervos cranianos.
Varias são as causas de uma paralisia facial periférica, tais como: um trauma
na face, uma infecção do nervo facial por vírus ou bactéria, uma infecção
de ouvido, pós-cirurgia otológica ou da glândula parótida, dentre tantas
outras. Mas a causa mais comum (50%) desse tipo de paralisia é desconhecida,
sendo chamada de paralisia facial periférica idiopática ou paralisia de Bell.
Os sinais clínicos da paralisia facial
periférica são: ardor do olho, lacrimejamento, impossibilidade de assobiar ou
soprar, desvio da boca, apagamento dos traços fisionômicos, sinal de Bell
(olho não fecha), perda do gosta em 2/3 anterior da língua, hiperacusia e
algumas vezes secura na boca por diminuição da secreção salivar.
A fisioterapia constitui uma ajuda
valiosa e indispensável na reabilitação de pacientes com paralisia facial,
independente da sua etiologia. A avaliação criteriosa destes pacientes é
fundamental para a elaboração de um programa de tratamento a partir dos
problemas e disfunções observados. O exame de tônus muscular de toda
musculatura facial, testes de sensibilidade e de coordenação são subsídios
que permitem um tratamento adaptado e personalizado em função dos
"déficits" e da capacidade do paciente para controlar seus
músculos.
Os principais procedimentos utilizados
no tratamento fisioterapêutico da paralisia facial periférica consistem em
massoterapia de relaxamento na hemiface não comprometida, massoterapia de
estimulação na hemiface paralisada, crioterapia e cinesioterapia. A
cinesioterapia constitui-se de exercícios de mímica facial e reeducação da
musculatura facial através facilitação neuromuscular proprioceptiva.
A reabilitação facial pode ser longa
e, ainda assim, ficará um déficit de 20%, devido à motricidade reflexa sobre
a qual o paciente não pode intervir (bocejar, piscar, gargalhada).
Dra Francine Barboza, fisioterapeuta
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